Disfagia: Quando Engolir se Torna um Desafio Diário.

Engolir é um ato que fazemos automaticamente, diversas vezes ao dia — ao comer, beber, falar ou até mesmo dormir. Mas para algumas pessoas, essa função tão simples se transforma em um verdadeiro desafio. Estamos falando da disfagia, o transtorno da deglutição que afeta a capacidade de engolir alimentos, líquidos e até saliva com segurança.

A disfagia pode parecer um problema pequeno, mas ela traz riscos sérios à saúde, como desnutrição, desidratação e até pneumonia aspirativa. Além disso, impacta profundamente a qualidade de vida de quem convive com a dificuldade de se alimentar. Neste artigo, vamos entender melhor o que é a disfagia, suas causas, sinais de alerta, diagnóstico e possibilidades de tratamento.

O que é disfagia?

Disfagia é o termo médico para descrever qualquer dificuldade para engolir. Isso inclui desde engasgos frequentes até a sensação de que o alimento “fica parado” na garganta ou no peito.

O processo de deglutição é complexo e envolve mais de 30 músculos e nervos. Qualquer alteração em uma dessas etapas pode levar à disfagia, que pode ocorrer em diferentes fases:

  • Oral: dificuldade em formar ou movimentar o bolo alimentar na boca.
  • Faríngea: problemas na passagem do alimento da garganta para o esôfago.
  • Esofágica: alterações no transporte do alimento até o estômago.

Quais são os principais sinais de disfagia?

Os sinais podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sintomas comuns incluem:

  • Tosse ou engasgos durante ou após comer
  • Sensação de alimento preso na garganta
  • Dor ou desconforto ao engolir
  • Perda de peso sem explicação
  • Demora excessiva nas refeições
  • Voz “molhada” ou alterada após comer
  • Refluxo frequente ou regurgitação
  • Febre ou infecções respiratórias recorrentes (como pneumonia)

Esses sintomas podem surgir de forma súbita ou se desenvolver gradualmente, e é essencial procurar ajuda profissional se forem frequentes.

O que causa a disfagia?

A disfagia não é uma doença em si, mas um sintoma de algum problema subjacente. As causas podem ser neurológicas, musculares, anatômicas ou até emocionais. Entre as principais estão:

Causas neurológicas:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Doença de Parkinson
  • Esclerose múltipla
  • Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
  • Traumatismo craniano
  • Paralisia cerebral

Outras causas:

  • Câncer de cabeça, pescoço ou esôfago
  • Radioterapia na região da garganta
  • Cirurgias na boca ou pescoço
  • Envelhecimento natural (presbifagia)
  • Doenças do esôfago (como acalasia ou refluxo grave)

Como a disfagia é diagnosticada?

O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação clínica detalhada, realizada geralmente por um fonoaudiólogo, em parceria com médicos (como otorrinolaringologistas ou gastroenterologistas).

Os exames mais utilizados incluem:

  • Avaliação clínica da deglutição: observação do paciente com alimentos e líquidos em diferentes consistências.
  • Videofluoroscopia: um exame de imagem em tempo real que mostra o caminho do alimento da boca ao esôfago.
  • Nasofibroscopia: exame que usa uma câmera para observar a passagem do alimento na faringe e laringe.

Essas avaliações são essenciais para identificar em qual fase da deglutição está o problema e como tratá-lo de forma segura.

Qual é o tratamento para disfagia?

O tratamento da disfagia depende da causa, do tipo e da gravidade do quadro. Ele é sempre individualizado e pode incluir:

Terapia fonoaudiológica

É a principal forma de reabilitação da deglutição. O fonoaudiólogo ensina exercícios para fortalecer músculos, melhorar a coordenação e adequar a postura durante a alimentação.

Adaptação da dieta

Mudanças na textura dos alimentos e na viscosidade dos líquidos ajudam a reduzir o risco de engasgos. Alimentos podem ser oferecidos em consistências pastosas, picadas ou líquidas espessadas.

Uso de estratégias compensatórias

Como inclinar a cabeça para determinado lado, fazer pausas entre as colheradas ou técnicas de deglutição específicas.

Suporte nutricional

Quando a alimentação oral não é segura ou suficiente, pode ser necessário o uso de sondas para garantir a nutrição e hidratação adequadas.

Tratamento médico da causa base

Se a disfagia está relacionada a refluxo, infecção ou alterações anatômicas, é fundamental tratar o problema que está por trás do sintoma.

Riscos da disfagia não tratada

Ignorar os sinais de disfagia pode levar a complicações graves, como:

  • Pneumonia aspirativa: quando alimentos ou líquidos entram nos pulmões
  • Desnutrição e perda de peso
  • Desidratação
  • Isolamento social e impacto emocional

Pessoas com disfagia, especialmente idosos e pacientes neurológicos, podem evitar se alimentar na frente dos outros, o que gera solidão e até depressão. Por isso, o apoio emocional também é parte importante do cuidado.

O papel da família e cuidadores

A disfagia não afeta apenas o paciente, mas também sua rede de apoio. Familiares e cuidadores devem estar atentos aos sinais, seguir as orientações dos profissionais e tornar o momento da refeição mais seguro e acolhedor.

Algumas dicas úteis incluem:

  • Estimular a pessoa a comer sentada, com a cabeça ereta
  • Evitar conversas durante a mastigação
  • Oferecer alimentos na textura recomendada
  • Manter a calma e o tempo necessário para a refeição

Convivendo com a disfagia: é possível ter qualidade de vida

Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte interdisciplinar, muitas pessoas com disfagia conseguem manter uma vida ativa, segura e prazerosa à mesa.

A reeducação alimentar, os ajustes na rotina e o acompanhamento fonoaudiológico fazem toda a diferença no bem-estar físico e emocional.

Conclusão

A disfagia é um transtorno silencioso, mas com grande impacto na saúde e na qualidade de vida. Por isso, reconhecer seus sinais e buscar ajuda profissional é fundamental. Engolir não deveria ser um esforço — e com apoio especializado, é possível restaurar esse ato tão essencial à vida com segurança e dignidade.

Artigo escrito com o auxílio da Inteligência Artificial.

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