Citologia Oncótica: papel no diagnóstico e prevenção do câncer

A Citologia Oncótica, popularmente conhecida como exame de Papanicolau, é uma técnica laboratorial essencial no diagnóstico precoce de alterações celulares que podem indicar câncer, especialmente, no colo do útero. Esse exame é amplamente utilizado na Medicina preventiva para detectar anormalidades celulares antes que evoluam para malignidades, tornando-se uma das ferramentas mais eficazes na redução de incidência e mortalidade por câncer. Neste artigo, abordaremos o que é a Citologia Oncótica, como é realizada, a sua importância na detecção precoce do câncer e quem deve realizar esse exame.

O que é Citologia Oncótica?

A Citologia Oncótica é o estudo das células com o objetivo de identificar alterações que possam indicar processos pré-cancerosos ou cancerosos. O exame é feito coletando células das superfícies dos tecidos (normalmente, da região do colo do útero), que são analisadas em microscópio para verificar se há modificações que possam sugerir um risco de malignidade.

A técnica foi desenvolvida pelo médico George Papanicolaou e é utilizada há décadas como uma forma de rastreamento preventivo do câncer de colo de útero, também sendo aplicada em outros contextos, como o exame de células de pulmão, bexiga e cavidade oral. No entanto, é na área ginecológica que a Citologia Oncótica se destaca, principalmente, como um método de detecção de infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV), um dos principais fatores de risco para o câncer cervical.

Como é realizado o exame de Citologia Oncótica?

O exame de Citologia Oncótica do colo do útero é um procedimento rápido e relativamente simples, que pode ser realizado em consultórios ginecológicos. O exame segue as seguintes etapas:

  1. Preparo da paciente

Antes do exame, a paciente é orientada a evitar relações sexuais, duchas vaginais e o uso de cremes vaginais cerca de dois dias antes do exame. Além disso, o exame não deve ser realizado durante o período menstrual, pois o sangue pode interferir na qualidade da amostra coletada.

  1. Coleta de células

Durante o exame, o médico introduz um espéculo vaginal para visualizar o colo do útero e, em seguida, utiliza uma espátula e uma escovinha (citobrush) para raspar levemente a superfície do colo, coletando células do canal endocervical e da ectocérvice. Esse material é depositado em uma lâmina ou fixado em um líquido específico para análise.

  1. Análise laboratorial

As células coletadas são coradas e examinadas por um citopatologista, que verifica possíveis anormalidades na forma e estrutura celular. Essas anomalias podem indicar displasia, infecção viral ou, em casos mais graves, células cancerígenas.

  1. Laudo e interpretação dos resultados

O resultado do exame geralmente é classificado como normal, inflamatório, atípico ou indicativo de malignidade. Quando há alterações, podem ser indicados exames complementares, como a colposcopia e a biópsia, para um diagnóstico mais preciso.

A importância da Citologia Oncótica na prevenção do câncer de colo do útero

A Citologia Oncótica desempenha um papel fundamental no rastreamento do câncer cervical, uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em várias partes do mundo. Estudos demonstram que a realização regular do exame de Papanicolau reduz significativamente as taxas de incidência e mortalidade do câncer de colo do útero, pois permite identificar e tratar lesões precursoras antes que evoluam para uma condição maligna.

O câncer cervical está diretamente associado à infecção pelo vírus HPV, um patógeno sexualmente transmissível. A infecção por HPV é comum, e a maioria das infecções é temporária e sem sintomas. No entanto, em alguns casos, o vírus pode persistir e provocar mudanças celulares que, ao longo de anos, podem evoluir para câncer. A Citologia Oncótica permite a detecção de tais alterações celulares, facilitando intervenções precoces e aumentando as chances de cura.

Quem deve fazer o exame de Citologia Oncótica?

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 25 e 64 anos que já tenham tido atividade sexual realizem o exame de Papanicolau a cada três anos, após dois exames iniciais consecutivos normais, realizados com intervalo de um ano. Mulheres fora dessa faixa etária também podem ser orientadas a fazer o exame, especialmente, se apresentarem fatores de risco adicionais para câncer, como histórico de HPV ou imunossupressão.

Homens e mulheres que se enquadram em fatores de risco para câncer de outros tecidos, como cavidade oral, bexiga e pulmão, também podem ser beneficiados pela Citologia Oncótica, que nesses casos ajuda a detectar anomalias celulares em áreas expostas a fatores de risco, como tabagismo e exposição a produtos químicos.

Limitações do exame de Citologia Oncótica

Embora a Citologia Oncótica seja eficaz na prevenção do câncer cervical, o exame não é perfeito e apresenta algumas limitações. A análise das células depende da qualidade da amostra e da habilidade do citopatologista, o que pode resultar em falsos negativos ou falsos positivos. Além disso, o exame não é capaz de detectar diretamente a presença do HPV, mas sim as alterações celulares provocadas pela infecção.

Atualmente, os testes de HPV complementam o exame de Papanicolau, sendo recomendados para mulheres com fatores de risco elevados, pois oferecem uma detecção mais direta do vírus. Outros exames de imagem e biópsia podem ser indicados quando os resultados são inconclusivos ou mostram anormalidades significativas.

Avanços na Citologia Oncótica

Nos últimos anos, a Citologia Oncótica evoluiu com o desenvolvimento da citologia em meio líquido, uma técnica que oferece maior precisão na análise celular. Diferente do método tradicional, em que as células são fixadas diretamente em lâminas, o material coletado é suspenso em um líquido, permitindo a preservação de mais células e uma análise mais detalhada. Esse método também possibilita a realização simultânea de testes para HPV, otimizando o diagnóstico.

Além disso, a Inteligência Artificial e o uso de algoritmos de aprendizado de máquina estão sendo incorporados ao processo de análise citológica. Esses avanços auxiliam os profissionais a identificar anomalias com maior precisão e rapidez, reduzindo as chances de erro e melhorando os resultados do diagnóstico.

Benefícios e segurança da Citologia Oncótica

A Citologia Oncótica é um exame seguro, rápido e eficaz, com inúmeros benefícios:

  • Prevenção do câncer de colo do útero: A realização periódica do exame pode reduzir significativamente o risco de câncer, detectando lesões antes que se tornem malignas.
  • Redução de custos com tratamentos: Identificar doenças em estágios iniciais reduz a necessidade de tratamentos mais invasivos e caros.
  • Tranquilidade e bem-estar: A detecção precoce de anormalidades proporciona às pacientes a tranquilidade de acompanhar a sua saúde regularmente.

No entanto, o exame pode gerar desconforto em algumas mulheres, especialmente, se realizado de maneira inadequada. A consulta com um profissional capacitado e as orientações corretas sobre o preparo podem minimizar o desconforto e garantir um procedimento eficiente.

Conclusão

A Citologia Oncótica é uma ferramenta essencial para a prevenção e detecção precoce de cânceres, especialmente, o câncer de colo do útero, uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no mundo. Realizar o exame de forma regular, conforme as recomendações médicas, é fundamental para identificar lesões pré-cancerosas e prevenir o desenvolvimento de condições malignas.

Com os avanços na citologia em meio líquido e a integração de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, o exame de Citologia Oncótica continua a evoluir, oferecendo diagnósticos cada vez mais precisos e confiáveis. A prevenção e o acompanhamento regular são as melhores estratégias para garantir a saúde ginecológica e melhorar a qualidade de vida das mulheres.

Artigo escrito com o auxílio da Inteligência Artificial.

Maria Iandra Ferreira da Rocha
Acadêmica do Curso de Biomedicina da UniAteneu

Saiba mais sobre o Curso de Biomedicina da UniAteneu.

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